Nomear alguém é sujeitar, é provar poder, submeter a seus desígnios.
Na mitologia cristã Deus dá a Adão o poder de nomear todos os animais, alegoria do poder humano, com a permissão do Senhor temos o direito de submeter todos os demais animais, e não é que realmente o fizemos?
Não seria mais justo se nós mesmos escolhêssemos nossos nomes? Assim o faríamos de acordo com nossa personalidade e de acordo com aquilo que pensamos, porém ao nascermos estamos totalmente sob o julgo dos adultos, mais especificamente nossos pais, sendo que eles nos nomeiam de acordo com suas crenças (inspirados em seus livros sagrados), homenageando parentes, ídolos (90% dos Edsons e Airtons que se vê por aí, fora os Maikon Jákçons, entre outros) ou simplesmente pelo nome lhes soar bonito.
Na escola sempre se arrumam apelidos, ou seja, depois de ganharmos um nome de nossos pais - que não pedimos - ganhamos outro dos colegas, que pior do que o primeiro, além de não termos pedido geralmente desgostamos, e quanto mais desgostamos mais esse bendito apelido se espalha, o que mostra o poder das massas sobre os indivíduos.
Nomeamos nossos animais de estimação porque são nossos (na acepção literal da palavra), só nós podemos fazê-lo, e com isso os submetemos à nossa vontade, não há opção, o poder impõe-se, é irrefutável.
Somente os alcoólatras anônimos são felizes. Sem nome, sem submissão.