segunda-feira, 26 de julho de 2010

Presente na ausência

Ela está morta. Não tenho como negar, haviam uma certidão de óbito, um corpo inerte, uma lápide e lágrimas.

Impossível negar.

Mas ao mesmo tempo ela está aqui, a vejo nos mesmos lugares onde sempre a via, e quando a comida está salgada ainda posso ouvi-la reclamando dos problemas de pressão que aquilo lhe acarretaria.

Quando conheço alguém interessante não posso evitar, a primeira voz que vem na minha mente ressoa com força: "Arruma uma namoradinha mais bonitinha, essa aí é muito feia pra você". Engraçado como ninguém era boa o suficiente para mim.

E nos sonhos, deu para freqüentá-los agora. Basta que minhas pálpebras se fechem e eis aquele sorrisinho, às vezes tampando a boca com vergonha da própria felicidade estampada nos dentes alvos.

Sabe de uma coisa, talvez esse negócio de morte não seja tão definitivo assim.

8 comentários:

  1. ...e realmente não é. Acho que vale quando a gente fecha os olhos e sente a presença. Ainda tem uma vida oculta ali.
    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Lindo post Matheus...
    Estará sempre a presença dentro de nós...

    Beijos
    Estarei sempre a caminhar por aqui
    >>Dani

    ResponderExcluir
  3. Um post que fala de morte e não é triste.Gostei disso aqui.

    ResponderExcluir
  4. Bonito post, Matheus...de fato...as pesoas nunca morrem de verdade enquanto houver a sua memória.

    ResponderExcluir
  5. alguém disse que a morte não é o fim. e talvez não seja mesmo.
    mas sabe, Matheus... nós quem fazemos a morte das pessoas.
    se nós deixarmos elas morrerem em nós, aí sim é o fim.
    basta não apagar as lembranças.
    daí então, quem se foi fisicamente, sempre estará ao nosso lado.
    certo?

    bjs

    ResponderExcluir
  6. Gostei muito Menino...Acho que a morte é o inicio de outra vida..

    ResponderExcluir
  7. Seu disgraçado você fez meus olhos encherem de lágrimas.
    A sua descrição diz tudo.
    Quem conheceu sabe que essa pessoa era demais.

    ResponderExcluir